Ali todos se conheciam, sabiam os nomes e de que família era, claro que existia todos os tipos de pessoas, como o senhor da vendinha que todos juravam ser um lobisomem, tínhamos a fofoqueira da vila, a santinha, a assanhada, o ladrão de galinha, a viúva que se casou diversas vezes e sempre ficava viúva, o fazendeiro malvado e o bonzinho. Para ir a escola caminhávamos muito até chegar lá, as vezes pegávamos carona na carroça que passasse ou carro de boi, quando era no carro de boi chegávamos quase surdos, porque ele ficara fazendo um barulho como se estivesse gritando pedindo socorro. Não tínhamos cola ou bolsa, levávamos os cadernos em sacos e a cola era feita de trigo ou araruta, não lembro ao certo, só lembro do cheio de azedo que tinha meus cadernos, brincávamos de tudo e não tínhamos nada eletrônico. Quando chegávamos em casa vovó queria saber como foi, olhava os cadernos, perguntava se nos comportamos e se viesse alguma reclamação da escola ajoelhávamos em algum grão disponível no momento, meu castigo era o sótão, morria de medo em ficar lá, na verdade nem era o sótão em si e sim a parte que subia até lá que era muito escuro e deixava-me aterrorizada. Não era tolerado uma desobediência com o professor, para os pais e avós o professor era sagrado, o idolatravam e qualquer coisa que acontecesse, nós nunca tínhamos razão, jamais. Na verdade não eram a nossos pais que tínhamos vergonha de decepcionar e sim ao nosso mestre. Eu amava minha primeira professora, Miriam era o nome dela, não era muito boazinha, mas tinha um jeito de ensinar que me encantava. Os alunos brigavam muito e sempre eram chamados por apelidos, o meu era "pau de virar tripa" por ser muito magrinha e também apelidava quem me aborrecesse, se brigávamos ia na mesma hora para a diretoria e só saia de lá acompanhada pelo responsável, todos evitavam ir até lá, parecia a coisa mais perigosa do mundo para nós alunos.
Os adultos respeitavam as crianças, os padres eram respeitados e confiávamos neles e todos se cuidavam.
Que coisa chata disse minha filha, sem televisão, luz elétrica e tantas outras tecnologias como hoje que tudo é mais fácil, tudo facilitado, mercados, shopping, veículos silenciosos que soltam fumaça e tantas outras coisas maravilhosas que facilitam tanto a vida do ser humano.
E morro de saudades daquele tempo, tudo tão difícil, mas a felicidade e paz que lá existiam não tinham preço.
Os adultos respeitavam as crianças, os padres eram respeitados e confiávamos neles e todos se cuidavam.
Que coisa chata disse minha filha, sem televisão, luz elétrica e tantas outras tecnologias como hoje que tudo é mais fácil, tudo facilitado, mercados, shopping, veículos silenciosos que soltam fumaça e tantas outras coisas maravilhosas que facilitam tanto a vida do ser humano.
E morro de saudades daquele tempo, tudo tão difícil, mas a felicidade e paz que lá existiam não tinham preço.
Ei psiu cade minha cumadi, por onde anda?
ResponderExcluirSerá que se perdeu por algum Arraiá por ai rsrsrsr
Minha linda vim dizer que parabenizo esse texto
tão bonito e saudoso, como era bom aquele tempo
Mas tudo passa e fica só as boas lembranças
Deixo um abração bem apertadinho
Bjuss
Rita!!!!!
Um texto lindo e encantador, como disse tempos difíceis mas a felicidade e paz que existia por lá não tem preço....
ResponderExcluirOlá Verinha, esta é minha primeira visita ao seu blogue e de cara me deparo com este texto tão bem escrito. Parece-me que não será apenas na Blogagem Coletiva que me considerarei seu parceiro... Ao menos de minha parte e, tendo como referência a parceira Lú do Sementes Preciosas, não sei porque me surpreendo.
ResponderExcluirAo ler seu texto, fico imaginando como seria este mundo de "dificuldades". È certo que o acesso as coisas eram muito mais difíceis, contudo, parece-me que toda época teve seus momentos interessantes e as pessoas eram mais autênticas, pareciam ser mais ligadas a família, enfim... Esta é a imagem que tenho e que muitas blogueiras quando relatam deste tempo não me fazem pensar o contrário.
Eu tenho uma parceira de 19 anos que ainda troca cartas com outras blogueiras, elas formaram uma espécie de "clube da carta", rs, para não deixar morrer esta tradição e é muito engraçado porque elas se comunicam pelo Twitter direto, ahah. E ficam reclamando "fulana não recebeu ainda a minha carta, da próxima vou mandar registrada", fica contraditório porém interessante este choque de gerações que elas mesmas criaram. E quando uma recebe carta da outra, tiram fotos das mesmas pra "provar" que as mesmas são reais e postam na internet.
Sua participação na Blogagem Coletiva Espiritualidade já foi confirmada, se tiver perfil no Facebook pode adentrar o grupo (ele é fechado, mas quase sempre, principalmente no período da noite, há sempre moderadores online para aceitar as solicitações)e já pode colocar seu banner aqui. Farei outro post adiante para esclarecer algumas dúvidas que ficaram em alguns blogueiros a respeito.
Até mais e já estou lhe acompanhando por aqui.
Minha querida vai ser uma honra divulgar um blog tão lindo assim que postar aviso, pois sigo a ordem da sequencia das inscrições. Um bom final de semana.
ResponderExcluirTambém sinto saudades de tempos assim, me faz lembrar muito de meus avós... E viva a tecnologia! Se o mundo não tivesse evoluído tanto ou talvez com menos ganância, talvez a camada de ozônio estivesse bem menor e o nosso planeta e por conseguinte nós, teríamos mais esperança e chance de vida.... Obrigada pelas palavras sempre tão carinhosas lá no blog.... Significam muito pra mim....
ResponderExcluirUm final de semana iluminado!
Abraço fraterno e carinhoso!
Elaine Averbuch Neves
http://elaine-dedentroprafora.blogspot.com.br/
Bom dia minha querida amiga
ResponderExcluirQue delícia de texto hoje, coisas simples... Lindo demais...
O respeito pelo ser humano aos poucos está sumindo não é mesmo?
Eu sempre morei na cidade, mas lembro que na minha infância os melhores momentos eram quando acabava a energia e ficávamos conversando... Era muito gostoso.
Beijos
Ani