28 de dezembro de 2011

Um dia de terror... parece que foi ontem... muito triste


Para minha pessoa Abril não é só o mês da mentira, quem dera se fosse, mas é o mês que me lembra o verdadeiro terror.
Lembrei-me deste fato porque estava assistindo ao noticiário, onde falavam sobre um assalto e tortura de uma família de Japoneses. Olhei aquelas pessoas sofrendo e com medo, medo de falar, de mostrar o rosto e até de continuar no local onde moram, pois eu entendo perfeitamente este sentimento, MEDO. Como que sei disso? Vou explicar: Eu, meu marido e minha filha com 14 anos na época, hoje com 15 anos, morávamos em um apartamento que se localizava encima do escritório da fabrica, esta fabrica onde meu marido gerencia fica em uma ilha ao lado de outra ilha que é a cidade de Muaná, para os funcionários trabalhar, eles atravessam o rio de casquinho (canoa) até a fábrica, de outra forma não chega. A noite ficava um vigia para proteger a fabrica e minha família.
Muaná é uma cidade calma, mas como toda cidade tem delitos de como roubo de roupas no varal e alguma ocorrências de briga em festa e familiares.
No dia 12 de abril às 19hs da noite entraram na fabrica vindo pelo rio e pelo mato atrás da fabrica, mais de sete homens renderam o vigia e dois calderistas que estavam terminados o trabalho para irem para suas casas descansar de um dia exausto de trabalho. Meu marido estava na sala junto de minha filha conversando e eu havia terminado meu banho e estava em meu quarto terminando de me aprontar.
Foi quando minha porta abriu violentamente e surgiu um menino de mais ou menos uns 16 anos com minha filha segurando pelo braço e gritando pela chave do escritório, no momento fiquei parada sem entender o que estava acontecendo, mas logo peguei a chave e entreguei a ele, fomos até a sala, foi quando entendi realmente o que estava acontecendo, havia muito homens segurando meu marido, olhei para o chão lá estava o vigia amarrado, amordaçado e indefeso. Me mantive calma e pedi ajuda a Deus, só ele poderia ajudar e amparar minha família naquele momento de terror.
Pedi a eles com todo humildade é que não machucasse ninguém, principalmente minha filha, pois eu iria colaborar com que eles quisessem.
Foram horrível eles revirando minhas coisas destruindo o que podiam e levando tudo. Na verdade nada estava me importando eu só olhava para minha filha. Foram horas de tortura emocional. Eles queriam saber onde estava o cofre, o pior era que não havia cofre na fabrica, nunca houve e cada vez que falávamos que não havia cofre, eles ameaçavam de estourar o joelho do meu marido ou cortar o braço de minha filha. Estava ficando apavorada e perdendo as forças, quando um deles, aquele que mencionei que ele teria uns 16 anos puxou eu e minha filha para o quarto dela e me falou que eles não iriam machucar ninguém, que tudo aquilo era para intimidar a gente para dizermos onde estaria o cofre.
Então me revoltei e disse: “vocês acham que eu deixaria vocês cortar o braço de minha filha por causa de um cofre? Por mim vocês podem levar o que quiser, podem levar tudo mais deixem minha família em paz. Foi ai que eles se convenceram que realmente não havia cofre algum, então ele começaram a arrebentar tudo, todas as portas e até que arrombaram a porta do escritório da cooperativa e descobriram que lá havia dinheiro, coisa que a gente nem imaginava que o presidente deixou o dinheiro dos cooperados que seria para o pagamento dos mesmos no outro dia. Nesta altura eles nem acreditavam mais em nós.
Esse terror durou umas duas horas e quando eles pegaram tudo que puderam, resolveram ir embora, eu falei para um deles que logo viriam uns dez funcionários para a fábrica para carregar o barco de produtos para levar até a próxima cidade. Ficaram apavorados e se apressaram para ir logo embora. O mais maldito de todos que era o mais perverso olhou para minha pessoa e disse que eles iriam levar meu marido como refém ( na verdade eles queriam levar eu e a filhinha, mas marido implorou para que ele fosse levado) e que eu não deveria chamar a policia , se isso acontecesse eles o matariam, pois ficaria uma pessoa cuidando próximo a delegacia, qualquer movimento seria o fim.
E foram embora levando meu querido humilhado e mal tratado, vi da janela o barco se afastando e ele pilotando a voadeira. Pedi a Deus naquela hora que o protegesse e o trouxesse de volta para mim, que  o tinha me dado de presente e não seria justo tirá-lo em um momento que estava muito feliz. Agradeci a ele por ter protegido minha filha e nenhum mal a aconteceu.
Esperei que eles se afastassem apaguei toda a luz do apartamento e desamarrei o vigia e com a ajuda dele fomos desamarrar o outro dois caldeiristas, eles estavam um pouco machucados porque eles tentaram reagir e apanharam.
Consegui ligar para um amigo e contar o que havia acontecido, eles mais do que depressa correram em meu auxilio, ai começaram as buscas, logo chamaram a policia contra minha vontade, por medo que acontecesse o pior não queria a policia envolvida, mas mesmo assim ela veio.
Andando para cima e para baixo sem poder sentar, pois achava que se eu sentasse estaria me conformando com tudo, uma amiga queria levar minha filha para casa dela, mas ela não quis queria esperar pelo pai ali com minha pessoa e eu nem queria que ela saísse de minhas vistas no momento era só ela que tinha do meu lado de família, me sentia triste e desamparada, pensando como que iria sobreviver sem meu marido, eu tinha muita fé em Deus que ele traria meu amado de volta, mas batia um medo muito grande de vez em quando, não queira se fraca, tinha que ser forte.
Já havia se passado mais de quatro horas sem noticia alguma. A fabrica estava em estado de muita tristeza, parecia um velório, cada um no seu canto, alguns já achando que meu marido estaria morto, imagina achar um corpo em um rio tão grande, tão extenso. Quando já eram três horas da madrugada, deram a noticia que haviam encontrado ele nas margens do rio. Foi a maior alegria da minha vida e dos demais que estavam a esperar, foi gritos, choros de felicidade. Eu não conseguia ficar calma eu tinha que ver ele, a espera foi angustiante, quando ele chegou e o vi descendo do barco minhas força se foram e chorei tudo que meu peito estava segurando, abracei, beijei e não sai do seu lado nem por um instante. Ele estava vivo e o pesadelo havia passado. Meu anjinho querida estava bem e feliz com a volta do nosso querido e amado.
Até hoje agradeço a Deus por ter protegido ele e tenho fé que Deus esteve ao nosso lado a todo instante, no final de tudo fizemos uma roda e fizemos uma oração de agradecimento por nossas vidas e por amigos que naquela noite descobrimos os melhores.
Deixo um conselho a todos vocês visitantes e amigos  em um assalto ou qualquer tipo de violência, nunca reaja e deixem levar tudo, pois uma vida é muito mais importante e preciosa..
Hoje estamos felizes e saudáveis... Seqüelas? Não tem como não as ter, mas sei que Deus cuida muito bem de seus filhos...



SOU UMA MÃE CORUJA SIM,KKKKKKKKKKKK


Embora muitas vezes me ache impossível, descarto a possibilidade de mudar de atitude, sou uma mãe coruja assumida, amo demais da conta minhas duas filhas, que são meu maior orgulho. 
Já tentei mudar, mas é muito mais forte do que minha pessoa.kkkkkkkkkkk



CONVITES QUE FIZ PARA MARIDÃO E AMIGUINHA



CONTAGEM REGRESSIVA ... FELIZ ANO NOVOOOOOOOOOOO