30 de outubro de 2011

“NÃO DEIXE PARA AMANHÃ O QUE VOCÊ PODE USAR HOJE, AMANHÃ PODE NÃO SERVIR MAIS"

Estava agora a pouco no Facebook , quando vi uma postagem da Jacqueline, sobre nostalgia, lembrando dos tipos de calçados de nossa época, o Bamba, a Conga e o kichute, muito legal, então me lembrei de um fato que  aconteceu quando criança, resolvi compartilhar com todos.

Eu tinha mais ou menos sete anos de idade, minha vida sempre foi de sacrifícios, em questão de calçado, só ganharia um novo se o velho não servisse mais. Mas sempre ganhava conga, um tênis mais simples que estava no orçamento de minha avó, só o que ela poderia me dar, como sempre fui uma criança calma, nunca questionava minha avó de sua decisão, na verdade nem poderia fazer isso, porque só o olhar dela, me impedia de falar qualquer coisa, pois na minha época não exigíamos nada de nossos pais ou avós, o que eles falassem era lei. Pois bem.
No dia do meu aniversario, ganhei a maior surpresa da minha vida, minha madrinha deu- me de presente um tênis Bamba, fiquei eufórica, feliz da vida, nem sabia o que fazer de tão radiante, já me imaginava indo para a escola com minha Bamba. Para minha grande surpresa ganhei outro presente de uma tia que chegara de viagem para visitar minha avó e como ela sabia de meu aniversario, resolveu trazer um presente. Foi ai que a porca torceu o rabo, era uma conga e ainda por cima azul marinho, ai não poderia ser branca pelo menos? Mas não! Ela era totalmente azul, azul de menino, foi uma grande decepção, claro que não deixei ninguém perceber, agradeci muito, mas pensando em deixar a conga de lado e usar só minha bamba, escrevo minha, porque era assim que falava: minha querida bamba. Mas como me enganei, minha avó percebeu e ficou me olhando bem seria, mas tudo bem era meu aniversario e ela iria esquecer daquilo tudo.
No outro dia levantei-me feliz da vida, toda boba fui pegar minha bamba, iria para a escola com ela, linda toda branquinha. Quando abri minha sapateira ela não estava lá só a conga azul, fiquei assustada, corria até minha avó gritando que tinham roubado minha bamba. Cheguei até a cozinha e ela já foi me dizendo que a minha tão querida bamba, estava em seu quarto, guardada e ela ficaria lá até que a conga azul, azul de menino, não me servisse mais, foi o fim da minha alegria, mas não podia dizer nada, porque ela estava-me deixando usar a conga nova, pois a conga que usava estava muito velha, quase rasgando. O jeito foi me conformar.
Pois é, aquele conga, azul de menino, sofreu na minha mão, fiz de tudo para acabar com ele logo, chutava tudo que via pela frente, até que depois de muito tempo o conga não estragou, aquele era o Conga, azul de menino, mais forte do mundo, estava bonzinho ainda, mas acontece que meu pé cresceu e não tinha jeito daquele conga, azul de menino, entrar. Minha avó foi até seu quarto e trouxe a minha linda, maravilhosa, fofa e querida Bamba, a peguei cheirei, beijei e calcei  e nada dela servir, mataram a charada? Claro o Bamba era do mesmo tamanho que o conga, azul de menino, não tinha como ela servir, por mais que eu escolhesse os dedos não conseguia. Minha avó ficou inconformada com pena da minha pessoa e nem tinha como trocar, pois já fazia muito tempo, messes.
Nessa fiquei na saudade, mais tarde claro que ganhei uma bamba, branquinha, mas na real eu queria aquela bamba que acabei dando para uma prima minha, a dei no maior choro, parecia velório, fazer o que o jeito foi me conformar e nem poderia brigar com minha avó, porque como já mencionei, ela só com o olhar me dizia tudo, tipo: experimenta brigar comigo que te deixo toda roxa.
Moral da historia? Claro que tem: “não deixe para amanhã o que você pode usar hoje, amanhã pode não servir mais”.

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