Dona Coisa é uma senhora muito serenada
que pouca coisa a tira do serio, porem de uns tempos para cá ela anda com os
nervos em frangalhos, seu vizinho o Fulaninho, um jovem de cabelos longos que
esconde seus olhos, roupa escura, cara de poucos amigos, resolveu aprender a
tocar bateria. Dia sim dia não eles se esbarram na padaria do bairro, ela chega
quando ele esta saindo ou vise e versa, ela lhe diz um bom dia e ele apenas
acena com a cabeça. Dona Coisa dá um sorriso e acha graça de seu jeito de se
esconde de algo ou apenas desta sociedade cheia de regras. Coisa de gente jovem
pensa ela.
O Fulaninho fica horas do dia
tocando aquela maldita bateria, começa bem cedo e só para no almoço, recomeça
logo após e vai até altas horas da noite. É um barulho infernal, daqueles
pratos batidos insistentemente e muito mal. Todos da casa andam nervosos, mas Dona Coisa os acalma dizendo que logo o Fulaninho vai perder o interesse, com
certeza ira enjoar daquele brinquedinho e o confronto só iria dar mais motivo
para o Fulaninho continuar ou tocar mais mal ainda.
Um dia alguém grita pela janela: “meu
Deus não aguento mais isso, vou até me suicidar”. Ela corre para ver quem foi o
infeliz e dá de cara com a Coisinha (filha) na janela de seu quarto. Por fim Dona Coisa consegue impedir o suicídio e continua argumentando que um escândalo
seria algo bem pior.
Já sozinha em casa e varrendo o pátio
algo cai na cabeça de Dona Coisa indo parar na piscina, era um bilhete jogado
da casa do Fulaninho, mas como ficou todo encharcado, ela não pode ler. Correu
para dentro de casa pegou papel, caneta e escreveu um bilhete assim:
- molhou não consegui ler o seu
recado
Jogou por cima do muro em direção
a casa do Fulaninho. Esperou por um curto período e logo veio um saco de plástico
com um bilhete dentro. Ela pegou e leu o seguinte:
- Desculpe pelo transtorno estou
aprendendo a tocar bateria.
Ela sorriu e respondeu ao bilhete
assim:
- Serio? Há!!! Tudo bem, só estou pedindo para Deus que
seja logo...
Depois de um mês naquela tortura,
certa manhã a família ficou admirada, uma linda musica tocava, um belo som
invadiu a casa. Todos estavam extasiados o fulaninho até que enfim aprendera a
tocar a bateria e cantava divinamente. A família estava feliz o som infernal havia terminado.
No pátio havia um bilhete:
- Deus ouviu as suas preces...
Obrigado... Semana que vem vou começar com a guitarra... Reze...
Sorry
É... Ela pensou: finalmente ele enjoou da bateria... :))))
Verinha
A quem passar por aqui uma semana de muita alegria.
Beijinhos.